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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Hemorragia uterina disfuncional

A hemorragia uterina disfuncional é uma hemorragia anormal provocada por alterações hormonais, mais do que por uma lesão, uma inflamação, uma gravidez ou um tumor.
A hemorragia uterina disfuncional é mais frequente no princípio e no fim da idade fértil da mulher: 20 % dos casos surgem em adolescentes e mais de 50 % em mulheres com mais de 45 anos. A hemorragia uterina anormal mais frequente é a disfuncional, mas este diagnóstico só pode ser estabelecido quando se tiverem excluído todas as outras possibilidades.
Causas e sintomas
Com frequência, a hemorragia uterina disfuncional deve-se à presença de valores de estrogénios que provocam um aumento de espessura do revestimento interno do útero. Nestas condições, o referido revestimento é expulso de forma incompleta e irregular, dando lugar à hemorragia. Por exemplo, na síndroma do ovário poliquístico, a excessiva produção de hormona luteinizante pode fazer com que os ovários produzam grandes quantidades de androgénios (alguns dos quais se convertem em estrogénios) em vez de libertar um óvulo. Com o passar do tempo, os estrogénios sem a progesterona necessária para contrariar os seus efeitos, podem originar uma hemorragia uterina anormal.
A hemorragia é irregular, prolongada e, por vezes, abundante. Colhe-se uma amostra de sangue para ser analisada e determinar o grau de perda de sangue.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico de hemorragia uterina disfuncional é estabelecido quando não se encontra outra causa. Antes de começar o tratamento com fármacos, faz-se uma biopsia (colheita de uma amostra de tecido para o seu exame ao microscópio) do endométrio, se a mulher tiver 35 anos ou mais, se sofrer da síndroma do ovário poliquístico ou se tiver um significativo excesso de peso e não tiver tido filhos. A biopsia é necessária porque estas mulheres correm um risco elevado de desenvolver cancro do endométrio.
O tratamento depende da idade, do estado do endométrio e dos planos da paciente quanto a ficar grávida.
Quando o revestimento do útero aumenta de espessura e contém células anormais (sobretudo se a mulher tiver mais de 35 anos e não quiser ficar grávida), o útero é extirpado cirurgicamente (histerectomia), porque as células anormais podem ser pré-cancerosas.
Quando o revestimento interno do útero ou do endométrio está espessado, mas contém células normais, a hemorragia intensa pode ser tratada com doses altas de contraceptivos orais que contenham estrogénios e progesterona, ou apenas estrogénios administrados por via endovenosa juntamente com a progesterona por via oral. Em geral, a hemorragia é detida em 12 ou 24 horas. A seguir, podem ser administradas doses baixas de contraceptivos orais da forma habitual durante pelo menos 3 meses. Às mulheres com hemorragias pouco abundantes são administradas doses baixas desde o princípio.
Quando não é aconselhável o tratamento com contraceptivos orais  ou com estrogénios, pode ser administrada progesterona por via oral durante 10 a 14 dias por mês.
Se o tratamento com estas hormonas não for eficaz, normalmente procede-se à dilatação do colo uterino e faz-se a denominada curetagem uterina, ou seja, a raspagem do endométrio. Se a mulher desejar engravidar, pode ser administrado clomifeno por via oral para provocar a ovulação.




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